sábado, 31 de dezembro de 2011
O exílio de Deus.
Ao transformar Deus em apenas peças de artes, o homem, o materializa e atribuí a Ele o que chamamos de impessoalidade, ou seja, Deus, de pessoa, torna-se um simples objeto de manipulação. Cria-se um deus sem vida, um deus amuleto e, portanto, um deus sem nenhum afeto ao próprio ser humano.
O deus dos museus, não é um Deus. É apenas imagem. Exposto nos vitrais, sem caráter divino, nos fala de um processo histórico, mas é incapaz de nos falar de vida, de liberdade, de dignidade, de salvação. O deus dos museus é sagrado, não porque é Deus, mas pelo fato de ter sido transformado em uma valiosa peça de arte.
Entristece-me como as pessoas, se de modo simples, consciente ou ingênuo tem colaborado na difusão do exílio de Deus ao construir em suas casas os seus pequenos museus sagrados. São aquelas que pressupõem sua fé e a proteção de Deus, pelo demasiado número de imagens que possuem esquecidas em seus mais belos oratórios, mas que pouco se comprometem com a transformação das realidades mais gritantes do seu redor.
Não raro é em nossa época, encontrar-nos com pessoas que nos levam de encontro a uma coletividade de imagens, na maior parte das vezes, empoeiradas, esquecidas da presença humana, que não nos revelam outra coisa, senão, a sujeira e o desleixo daqueles que dizem ter fé. Isso é o que considero como museus sagrados, exílio da divindade.
O deus que o mundo quer nos oferecer, preso nos vitrais dos museus, ou nos oratórios, carcomido pelo esquecimento do indiferentismo ateísta da humanidade é incapaz de sentir os anseios do coração humano e o ritmo do nosso tempo. Tem um grande valor artístico e material e nenhum valor verdadeiramente espiritual e salvífico.
É preciso sim, que acreditemos em Deus, um Deus que se pareça conosco, vivo, sensível, jovem, que sente o ritmo do tempo. Um Deus que está além dos oratórios, de qualquer pessoalidade, raça, cor, língua, escolhas, preconceitos ou discriminações.
O Deus que acredito é o que se parece conosco, que se revela no presépio, na páscoa e em todas as realidades da pessoa humana, capaz de sentir e afeiçoar-se por nós. Um Deus que nos leva de encontro com a realidade e nos faz querer transformar o mundo com a nossa parcela de colaboração. Qual é o Deus da sua fé?
Pe. Marcos Aurélio Ramalho
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Homilia de Ano Novo
Começaremos, dentre em poucos, um novo ano. Uma vez mais somos chamados a deixar a Terra firme e lançar nosso barquinho no oceano de novidades e, claro, de possibilidades. Nenhum tempo é igual a outro, portanto, temos diante de nós uma única e nova razão: a de sonhar e encontrar, entre tantas razões, a razão de ser do nosso ser, a razão de sermos felizes. Somos, quando temos razão para ser!
Se no Natal, nossa alma ganha, com o nascimento do Menino Jesus, uma tonalidade excepcional; no ano novo, temos de modo singular a oportunidade de sermos os coloristas da aquarela que sonhamos. Deus é em e nós somos em Deus. Deus é em nós o nosso Pai e nós somos em Deus os seus filhos. A certeza desta união inseparável nos motiva a começar sem temor, uma nova etapa, um novo ano. Acolher com criatividade esta dádiva é a chave que deve abrir-nos um novo panorama de vida e a coragem a primeira das qualidades humanas que dará a tonalidade do cenário que imaginamos.
É preciso que em meio a primavera de um novo tempo, sintamo-nos como novas criaturas, como humanidade visitada, amada e abençoada por Deus ( cf. Nm 6,22-27)e, “não somente, como indivíduo desperdiçado, como vemos desperdiçadas pela natureza as flores isoladas. Esse é o sentimento que deve estar além de todos os sentimentos”.( Nietzsche). Deus está em nós e nós estamos em Deus! Deus é em nós o nosso Pai e nós somos em Deus os seus filhos. (cf. Gl 4,4-7) Deus fez de nós uma família, deu-nos um Irmão que é Jesus, uma Mãe que é Maria e se fez o nosso Pai. Deus é Pai, Nosso Pai! Descubramos Deus em nossa humanidade e nós na divindade humana de Deus. Esta é a razão que temos para sermos felizes: Somos em Deus e Deus é nós! Glorifiquemos a Deus por tudo que vimos e ouvimos. Guardemos e meditemos todos esses fatos em nosso coração. (cf. Lc 2, 16-21). Um abençoado ano novo a todos.
Pe. Marcos Aurélio Ramalho
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Deus é grande, Deus é Bom, Deus é Pai!
Deus sempre quis marcar a história do povo com o seu amor e garantir a Salvação daqueles que nele acreditam. É desejo de Deus ficar muito perto, viver conosco, falar ao coração de cada um de nós; fazer de nós casa santa, sua eterna morada. É desejo de Deus reconhecer e chamar-nos pelo nome. O Senhor, nos ama. E somente a Ele devemos entregar o nosso coração.
Deus é grande, Deus é Bom, Deus é Pai! Ele nos faz comunidade pra vivermos como irmãos e caminharmos sem parar. Abramos, pois, a Ele nossa alma e o acolhamos com alegria.
“Todos têm a beleza do que eles próprios são”. E o que somos? Filhos de Deus - Este é o grande presente de amor que Deus nos deu. Esta é a beleza que vemos e que nos fala ao coração.
O Evangelho de hoje nos coloca diante de três realidades – A necessidade de trabalhador para vinha, o mandato do pai e a resposta dos filhos.
A vinha é mundo que precisa ser cultivada, transformado em espaço de salvação para coração de Deus. Mundo esse que não se transforma por si mesmo. Carece o nosso trabalho, a nossa dedicação e colaboração. Os filhos somos todos nós. O primeiro é figura dos pecadores que se convertem ao anúncio do Evangelho. O segundo é figura daqueles que se consideram justos e não precisam de conversão. São indiferentes, tem consciência do é que preciso, mas nada fazem para transformar a realidade.
São aqueles que pensam e dizem: o padre vai embora, agora tudo vai acabar. Peço a vocês não pensem assim. Os Céus e a Terra passarão, mas a Palavra de Deus não passará. Continuem celebrando a fé, testemunhando a Jesus Cristo, com alegria e simplicidade. Não percam tempo, o reino tem pressa e precisa de nós. Quando vier o outro padre apresentem a ele as coisas bonitas que Deus tem feito na história de vocês.
O testemunho de Santa Luzia, nos toca profundamente e abre-nos os olhos da alma, da fé, para que conheçamos a Deus e compreendendo os seus ensinamentos nos coloquemos no caminho da nossa salvação. Santa Luzia à semelhança de todos os santos é modelo do filho que se converte e que se deixa tocar pelo evangelho. É modelo do filho que não se esquece de Deus e por isso mesmo lhe oferece o seu amor.
Também nós devemos dar continuidade ao testemunho dos santos. Colocar nossos dons a serviço de Deus, da comunidade, da Igreja. Aproveitar as oportunidades para celebrar a fé, assim como vocês têm feito. Bendigamos a Deus em todo tempo, tenhamos sempre o louvor do senhor em nossa boca. Devemos prestar ouvidos ao apelo de Deus, ter confiança no Senhor. Assim Ele nos salvará e nos reunirá sempre como seu povo, o pequeno resto de Israel.
Santa Luzia é a coluna de luz que Deus e vocês escolheram para alumiar o caminho desta comunidade. Que ela lhes faça conhecer cada vez mais ao Pai e ao Filho Salvador.
O que posso dizer-lhes? Nada, senão muito obrigado. Deus lhes abençoe, esta comunidade é um tesouro preciso no coração de Deus. Ele mesmo a encheu de carinho e por isso ela deu mais fruto e tornou-se fonte de Salvação.
Pe. Marcos Aurélio Ramalho
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Ata de criação da Comunidade de Santa Luzia, da Ponta da serra.
É com sentimento de júbilo que rabisco, como certidão, estas palavras, para dizer do nascimento da simpática Comunidade de Santa Luzia, da Ponta da serra. Dizem os sábios, que não há alegria maior, do que a do nascimento de um filho, e que, por isso mesmo, nasce ele uma única vez. Esta comunidade, como reza o bendito de sua padroeira, é um tesouro fino, gestado na novena do Natal de 2010. Nasceu sob as bênçãos de São José, o guarda da casa de Israel, servo fiel do Senhor, há dezenove de março de 2011. E será acompanhada e protegida pela reluzente intercessão de Santa Luzia.
Os pais hão de contar para seus filhos: - meninos eu vi! Vi a primeira Missa rezada nesta comunidade. Teve seu início, às dez horas da manhã, sob um sol causticante, na casa do Romulo e de sua família, porta de entrada da nossa comunidade. O Sol, luzeiro divino, servia de vela para o altar sagrado, quando, na hora do Pai nosso, a nuvem do Senhor nos cobriu, e, inesperadamente uma chuva caiu sobre todos nós. E como se não nos bastasse, choveu naquele dia, somente naquela hora e naquele local. Os que lá estavam são testemunhas do sinal Deus, no início desta caminhada. – meninos eu vi! “O Senhor ia diante deles, de dia numa coluna de nuvem, a fim de mostrar o caminho, e de noite numa coluna de fogo para alumiar, a fim de que pudessem caminhar de dia e de noite”. (Ex 13,21). De fato, o Senhor caminha conosco por meio do testemunho dos seus santos, colunas da Igreja. São José, o protetor da casa de Israel, é a coluna de nuvem que Senhor escolheu para abri-nos o caminho e Santa Luzia, pelo próprio nome, a coluna de fogo que Deus e o povo escolheram para alumiar o caminho desta comunidade.
O testemunho de Santa Luzia, nos toca profundamente e abre-nos os olhos da alma, da fé, para conhecermos a Deus e compreender os seus ensinamentos que nos colocam no caminho da nossa salvação. Ele nos alegra e nos move no seguimento de Jesus Cristo. Por ele, somos chamados a anunciar, as coisas bonitas de Deus em nossa história e na história do povo. Que Santa Luzia, nossa Padroeira, abra-nos os olhos da alma, aumente a nossa fé, fortaleça a nossa esperança e enriqueça o nosso amor a Cristo e aos nossos irmãos e irmãs.
Dai-nos a bênção, ó Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida! Dai-nos a Benção do Eterno Dia, ó virgem pura, Santa Luzia. “Oh, Santa Luzia, ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer”.
Monte Alegre de Goiás-GO, 03 de Dezembro 2011, Memória de São Francisco Xavier.
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Pe. Marcos Aurélio Ramalho Alves
Pároco
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Sobre Maria nunca se falará o bastante"
Maria: primeiro sacrário de Jesus na terra
“ Ó Maria, Virgem Imaculada, cristal puro para o meu coração, Tu és minha força, ó âncora firme, Tu és o escudo e a proteção do coração fraco.
Ó Maria, Tu és pura e incomparável, Virgem e Mãe ao mesmo tempo, Tu és bela como o sol, sem mancha alguma.
Nada pode se comparar com a imagem da tua alma.
Tua beleza encantou o olhar do Três Vezes Santo, que desceu do Céu, abandonando o trono da sede eterna, e assumiu o corpo e o sangue do teu coração, por nove meses ocultando-se no coração da Virgem.
Ó Mãe Virgem, ninguém compreenderá que o Deus incomensurável se torne homem, e apenas por Seu amor e Sua misericórdia insondável, por ti, ó Mãe, nos foi dado viver com Ele pelos séculos.
Ó Maria, Mãe virgem e Porta do Céu, por Ti nos veio a salvação, e toda graça flui para nós por tuas mãos, e apenas a fiel imitação de ti me santificará.
Ó Maria Virgem, lírio mais belo, teu coração foi o primeiro sacrário de Jesus na terra, e só porque a tua humildade foi a mais profunda, foste levada acima dos coros dos Anjos e dos Santos.
Ó Maria, minha doce Mãe, entrego-te minha alma, meu corpo e meu pobre coração, seja a guardiã da minha vida, especialmente na hora da morte, na última luta”
CARREATA DE NOSSA SENHORA D'ABADIA 2011
Divina Misericórdia
Jesus Misericordioso disse a Faustina:
"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A.
Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda a alma.
Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros.
Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça.
Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento.
Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento.
Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistério"
(Diário, 1572).
História da Medalha Milagrosa
“No dia 27 de novembro de 1830, que era o sábado anterior ao primeiro domingo do Advento, às cinco e meia da tarde, em Paris França, estava eu fazendo a meditação em profundo silêncio quando me pareceu ouvir do lado direito da capela um rumor, como o roçar de uma roupa de seda. Ao dirigir o olhar para aquele lado, vi a Santíssima Virgem na altura do quadro de São José”.

A sua estatura era mediana, e tal era a sua beleza que me é impossível descrevê-la. Estava em pé, a sua roupa era de seda e de cor branca-aurora, feita, como se diz, “à la vierge”, isto é, bem fechada e com as mangas simples. Da cabeça descia um véu branco até os pés. O rosto estava suficientemente descoberto, os pés se apoiavam sobre um globo, ou melhor, sobre metade de um globo, ou pelo menos eu vi somente a metade. Suas mãos, erguidas à altura da cintura, seguravam de modo natural um outro globo menor, que representava o universo. Ela tinha os olhos voltados para o céu, e o seu rosto se tornou resplandecente enquanto apresentava o globo a Nosso Senhor. De repente, seus dedos se cobriram de anéis, ornados de pedras preciosas, uma mais bela do que a outra, algumas maiores, outras menores, e que emitiam raios luminosos.
Fazendo-me compreender o quanto é doce invocar a Santíssima Virgem e o quanto Ela é generosa com as pessoas que a invocam; e quantas graças Ela concede às pessoas que a procuram e que alegria Ela sente em concedê-las.
Naquele momento eu era e não era... Estava exultante. E então começou a se formar ao redor da Santíssima Virgem um quadro um tanto oval, sobre o qual, no alto, numa espécie de semicírculo, da mão direita para a esquerda de Maria se liam estas palavras, escritas com letras de ouro: “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Então ouvi uma voz que me disse: “Mande cunhar uma medalha conforme este modelo; todas as pessoas que a carregarem, receberão grandes graças; leve-a principalmente no pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a carregarem com confiança”.
No mesmo instante pareceu-me que o quadro virou e eu vi o reverso da medalha. Havia o monogramo de Maria, isto é, a letra “M” com uma cruz em cima e, como base dessa cruz, uma linha grossa, ou seja, a letra “I”, monograma de Jesus. Sob os dois monogramas haviam os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, o primeiro rodeado por uma coroa de espinhos e o segundo traspassado por uma espada”.
Interrogada mais tarde se além do globo, ou melhor, além da metade do globo, ela tinha visto outra coisa sob os pés da Virgem, Catarina Labouré respondeu que havia visto uma serpente de cor esverdeada com manchas amarelas. Quanto às doze estrelas que circundam o reverso da medalha, “é moralmente certo que essa particularidade foi indicada à viva voz pela Santa, desde a época da aparição”.
Nos manuscritos da vidente encontra-se também esta particularidade, que é muito importante. Entre as pedras preciosas havia algumas que não emitiam raios. Enquanto se espantava, ouviu a voz de Maria que dizia: “As pedras preciosas das quais não saem raios são símbolo das graças que não me foram pedidas por esquecimento”.
Em 1832, dois anos após as aparições, o pedido de Maria foi atendido e a Medalha foi cunhada. Uma das primeiras pessoas a recebê-la foi a Irmã Catarina, a qual, logo que a teve entre as mãos, a beijou várias vezes com afeto e disse: “Agora é preciso difundi-la”.
A Medalha, num certo sentido, se propagou por si. As graças e os milagres, obtidos seja em benefício das almas, seja em benefício dos corpos, foram tantos e tão evidentes que, em pouco tempo, a Medalha foi chamada de “milagrosa”.
Jaculatória da Medalha milagrosa
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós e por todos quantos não recorrem a Vós, especialmente pelos inimigos da Santa Igreja e por todos quantos são a vós recomendados.
http://www.salverainha.com.br/
Consagração a Nossa Senhora
E como assim sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e, defendei-me como coisa e propriedade vossa.
Amém.
Magnificat
O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome
A minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.
Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem.
Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos, derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes.
Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada.
Acolhe Israel seu servidor fiel a seu amor, como havia prometido aos nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos para sempre.
Glória ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo como era no princípio, agora e sempre. Amém.