quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Agradecimento

Aos apreciadores e colaboradores deste blog, o meu agradecimento e a minha Benção. Os textos por mim postados, em sua maioria, são pregações que fiz enquanto pároco nesta Paróquia. São, como dizem os escritores, elucubrações do pensamento de um jovem padre sertanejo à surdina da noite. Deles que ainda não fiz nem mesmo as devidas correções. Mas espero que possam de algum modo contribuir com os leitores. Que a Trindade Santíssima vos cubra de Bençãos.
Pe. Marcos Aurélio Ramalho

O ventre da ausência!

O ventre da ausência!

As marcas do pragmatismo histórico inseriram a existência humana na autovaloração das circunstancias, daquilo que é vil, transitório, efêmero. A inconstância dos valores instala em nós uma crise de identidade pessoal, que nos obriga “a caçar o significado profundo e complexo que lateja na medula da espécie humana”. Este jogo, que encobre frustrações e dissabores do paradoxo de uma existência dialética, expõe-nos, também, o medo que habita nosso coração. Medo do tudo, medo do nada, medo de nós mesmos!
O medo espalha em nós a sensação da perda. Perda daquilo que nem mesmo chegamos a possuir. Fixa em nós um sentimento enfadonho de vazio, de nadificação, de insegurança. E, no silêncio, ou no que pensamos ser silêncio, “uma das mais sublimes formas de falar a outra parte do nosso ser”; experimentamos o sabor e o dissabor da ausência. Ausência de alguém, ausência de algo. “De uma voz que não ouvimos, mas que continua falando dentro de nós”. Daquilo que encontrado, nos parecia ser essencial, parecia ser-nos a presença que daria ao nosso coração a significação necessária para a felicidade. Não obstante, vemo-la transformar-se em miragem, ilusão, ventre da ausência!
A ausência nasce dos escombros dos castelos de areia que edificamos. Percebido que é apenas areia tudo o que construímos e amamos, nos vem a sensação insuportável do abandono, do repúdio. Sentimo-nos completamente desinstalados, imergidos na solidão. E o que desejamos? Nada além da presença!
Aqui, “o vazio parece nos inserir no nada, na náusea da mais profunda descaracterização daquilo que somos”; em um gosto amargo de desamparo e frustração. E o que somos? Circunstâncias? Castelos de areia? Significantes? Não. Somos significado! Sim, significado significante! A singularidade do termo expressa o que somos. Ventre da presença! O vazio consegue descaracterizar apenas o que está em nós, a pluralidade, o que é transitório, os significados insignificantes, não o que somos. O significado permanece, é constante! Estamos vazios, mas não somos vazios! “E porque temos medo da companhia da solidão? Porque o silêncio da solidão nos coloca diante da nossa verdade”. O silêncio da solidão é a morada da verdade. “E a essência da verdade não depende de nós”. Tudo o que desejamos é não encontrar com a nossa individualidade, com a essência da nossa verdade. Dizemos que não, mas na realidade, temos medo de nós mesmos! Encontrar com um ser, totalmente singular indesejado e não reconhecer-se nele, ser-nos-ia sinônimo de frustração. O silêncio da solidão nesse aspecto é sim, frustração.
Então, “é possível dar sentido a vazios que nasceram em virtude de uma ausência?” Claro que não! Quem carece de sentido é o ser, e não o vazio. O vazio revestido de sentido deixa de ser vazio. O ser é a única verdade faltante que carece sentido e que o vazio não descaracteriza. É sempre presença, ainda que, oculta.
O vazio nasce do ventre da ausência. Nele, o que mais almejamos é a presença. Portanto, embora nos pareça paradoxal, no medo, o que mais ambicionamos é o nosso próprio ser. O sentido ao homem, e não aos vazios que nasceram das ausências, consiste no abandono integral do homem ao seu próprio ser, à gênese ontológica de sua existência. Presença que não passa! O vazio não deve ser concebido como limite ou fim, e sim, possibilidade de um novo acontecer.
Quem se deleita com o vazio é apenas a presença, por encontrar nele, abundância de espaço para habitar!

Pe. Marcos Aurélio Ramalho

Movimento impetuoso do ser!

Movimento impetuoso do ser!

Homem e tempo, duas realidades distintas e simultâneas, uma para além da outra, como a luz para noite e as trevas para o dia. O homem, sujeito criativo e transformador. O tempo, sujeito perspicaz e decantador da feracidade humana. Ambos em constante embate, dois apaixonados, gladiando-se um ao outro, de tal forma, que o homem parece ser tempo e o tempo parece ser homem.
Do desafiar-se mutuamente dá-se a história. Aglutinado de acontecimentos, conquista e desilusão, encontro e desencontro, síntese e antítese, ordem e caos, amor e ódio. Movimento impetuoso do ser para o que ele mais deseja. Paradoxo dialético de uma existência vulnerável. O homem e o tempo!
O homem, ícone de uma realidade transcendente, co-criador, está para além do outro e de si mesmo. É Tempo e Eternidade. Inteligência e Liberdade! E apesar de não esgotar-se em seu ego, é capaz de tornar-se sujeito, senhor do tempo e do espaço, aventureiro tênue! O homem é tempo.
O tempo embora sofra com a agressão transformadora do homem, vence-o, pelo desgaste, processo paulatino e imperceptível do crescimento e diminuição. E, quando pensa o homem celebrar o senhorio de sua emancipação, tudo o que lhe é fim torna-se começo. Porém, um começo, para o qual, não há mais tempo e nem forças. É o ánthropos submergido pelo chrônos. O Tempo é Homem.
A Flama da existência parece, sim, ter chegado ao término. O Homem ao mesclar-se com o tempo, já não mais existe, não mais está! Resta-lhe imergir na gênese ontológica de sua existência, e, como a fênix, renascer de suas próprias cinzas, egressar do tempo, do outro e de si mesmo, não mais para estar, porém, para ser. O estar foi apenas o prenúncio ingênuo e o padecimento prolongado do ser.
Esse constante exaurir do homem no tempo é o que uns chamam morte, outros, vida e ainda outros, a arte de amar. É o homem na busca da gênese ontológica de sua existência. É História! Mistério! É Vida!

Pe. Marcos Aurélio Ramalho

A maior conquista que ainda é preciso fazer é a do próprio ser. E a maior descoberta é de que este ser não pertence e não é dono de si mesmo.

A maior conquista que ainda é preciso fazer é a do próprio ser. E a maior descoberta é de que este ser não pertence e não é dono de si mesmo.

A história da humanidade nos dá a conhecer um homem de muitas conquistas e descobertas. No sentido pleno da palavra, o ser humano, ambiciona a muitas coisas. É ser por excelência da mais alta elevação. Sua maior ambição é a totalidade, ou seja, o que lhe integra e confere sentido pleno. Não tenho dúvidas de que o homem já tenha conquistado e descoberto muito. Não é de ver que conquistou até mesmo ao próprio Deus, que se fez um, semelhante a ele!
Diante disto poderíamos nos perguntar: O que mais seria possível ao homem conquistar e descobrir?
Não me seria absurdo afirmar: A maior conquista que ainda é preciso fazer é a do próprio ser. E a maior descoberta é de que tal ser não pertence e não é dono de si mesmo. Não nascemos para nós mesmos e muito menos para ser dono do outro. O outro é a nossa meta faltante, a quem tanto ambicionamos. Por esta metade faltante, somos impulsionados a deixar tudo, até mesmo pai e mãe!
Sair de si mesmo é amar. O amor é força agregadora que escapa ao sentimento e à razão; que exclama (exprime espanto, admiração); e ao mesmo tempo, interroga (sonda atentamente) os mistérios, o âmago da natureza humana. E revela-nos que o homem e a mulher carregam consigo as marcas profundas que os conduzem para além de si mesmos.
O amor é envolvente, mas é também exigente. Em muitas circunstancias lhes será preciso desafiar aos próprios desafios, a vocês mesmos, à suas próprias convicções. Amar é sinônimo de renúncia, aprendizado, coragem, liberdade, respeito, responsabilidade e, sobre tudo, fidelidade.
Alguns chamam tais exigências de sofrimento, cruz, mas, eu lhes pergunto: o que é o sofrimento para quem é jurado a morrer de amor?

Pe. Marcos Aurélio Ramalho
Pároco

Para vencer na vida, desafiam ao dissabor das más comodidades e saboreiam a esperança de um futuro promissor.

Para vencer na vida, desafiam ao dissabor das más comodidades e saboreiam a esperança de um futuro promissor.

O tempo deu para vocês a oportunidade para melhor compreensão e desenvolvimento de suas habilidades. Este período, que para muitos se assemelha à uma eternidade, lhes colocou em contato com o desconhecido e lhes permitiu aplicar a inteligência para aprender e desenvolver um raciocínio lógico. O corpo docente (os professores) se esforçou para colocar nas mãos de vocês um tesouro que não tem preço, quando, quis transmiti-lhes o conhecimento nas diversas modalidades.
O conhecimento abre para nós as portas, ou melhor, a janela de um mundo sem fim. Digo-lhes janela, porque tudo o que conhecemos e aprendemos, ainda é pouco, diante das escolhas que precisamos fazer.
Dizem os sábios; que por não sabermos o quanto vale um tesouro, não sabemos também aproveitar a oportunidade de tê-lo em nossas mãos. Nem todos vocês souberam ou saberão aproveitar o tempo e a preciosidade que lhes fora oferecidos; meu desejo é de que todos soubessem e aproveitassem.
Ao concluírem esta primeira etapa, vocês estão sendo colocados diante do mundo e da vida. O mundo das oportunidades, e a vida das conquistas. Cada oportunidade exigirá de vocês um mínimo de competência e responsabilidade. É preciso que saibam escolher, como também saibam saborear suas escolhas.
Ainda hoje me recordo agradecido, dos 56 professores que tive no período da minha formação; peço a vocês que se recordem sempre dos professores que tiveram. Eles, com a primeira letra do alfabeto nos introduziram, em um mundo que nem mesmo eles têm noção de sua grandeza.
Meus caros concluintes, cada formatura que tenho a oportunidade de celebrar, me vem à tona, as tantas vezes em que tive de vender picolé, dindin, engraxar sapatos, trabalhar no açougue, para comprar material de escola, e assim, chegar aonde cheguei.
Me recordo ainda, de um colega, ignorado pelo pai, inteligentíssimo, concluiu o ensino médio trazendo no seu boletim, 16 dez.
Filho de mãe solteira e pobre; que não tinha a mínima condição de comprar o material necessário para o seu estudo, e por nove anos, comprei, sem dizer nada a meus pais, o material suficiente e necessário para que nós dois permanecêssemos no Colégio. Hoje, me emociona ver na parede do JBC, o Colégio em que estudamos; a placa de formandos, e nela os nossos nomes.
É claro, meu esforço não é exemplo a ser seguido, nem se quer merece ser comparado ao de tantos jovens que migram para as cidades grandes; e lá se agrupam em pequenas quitinetes, conjugando trabalho e estudo, desafiando o dia e a noite e as condições improvisadas para se chegar a algum lugar.
Muitos deles se organizam de tal forma que enquanto uns descansam, outros trabalham, porque, a casa e a condição financeira são tão pequenas que impossibilitam a presença de todos no mesmo espaço e tempo. Eles não têm condição de pagar um lugar de maior comodidade. Por isso, para vencer na vida, desafiam ao dissabor das más comodidades e saboreiam a esperança de um futuro promissor.
É preciso ainda que recordemos os tantos jovens que ao concluírem o ensino médio, se esquecem que a vida precisa continuar, escolhem o mundo e os vícios: as drogas, hoje, mais visível, o mundo do craque. Estes são conduzidos à fatalidades e ao dissabor das péssimas escolhas.
Meus caros concluintes, o mundo nos dá oportunidades, e a vida das conquistas. Cada oportunidade, cada conquista, exigirá de nós um mínimo de competência e responsabilidade. É preciso que saibamos escolher, como também saibamos saborear as nossas escolhas.
Nas oportunidades, na sabedoria, na coragem de desafiar e vencer aos dissabores na esperança de um futuro promissor está mão de Deus, que nos conduz. Parabéns! Que Deus, lhes abençoe, hoje e sempre.


Pe. Marcos Aurélio
21-12-2010


Por tanto, se a família nasce do amor, ela deve está edificada no sacramento do matrimônio. Este é expressão máxima e conseqüente de uma livre vontade.

Por tanto, se a família nasce do amor, ela deve está edificada no sacramento do matrimônio. Este é expressão máxima e conseqüente de uma livre vontade.
A Família é um tesouro de grande valia. Ora, tesouro é um conjunto de riquezas de muito apreço; é algo que não se pode nomear. Toda família deve nascer de uma única e essencial realidade - o amor. Do contrário, ela deixa de ser verdadeiramente uma família.
Não é raro, ver entre nós, famílias que perdem a força de amar sem medidas; a cada instante, marido e mulher que se traem e traem seus filhos. Não é raro ver o ciúme matar a certeza do amor entre os dois.
Meus caros noivos, se a família nasce do amor, ela deve está edificada no sacramento do matrimônio. Este é expressão máxima e conseqüente de uma livre vontade.
É Deus mesmo quem nos ama por primeiro, antes de nos ensinar que devemos amar. Essa é a grande verdade! Deus nos amou e continua a nos amar fielmente antes de nos ensinar que devemos amar. Isto é admirável! Contemplar este amor que dilata o coração do ser que ama e do ser amado, e se coloca como seu fiel aprendiz. Vocês experimentaram isso no namoro e com certeza experimentarão na vida conjugal.
Ninguém se casa obrigado. Ora, quem é livre para escolher, deve também o ser também para saborear as suas escolhas. Eu lhes pergunto: vocês casam-se pela própria vontade?
Pela bela realidade do amor o homem e a mulher se sentem fortemente convidados a formar uma família. Neste sentido, o amor está para além do apenas sentimento, é encontro. É relação entre duas pessoas, entre dois seres, de qualidades diferentes, que vivem um para o outro, num só ideal, num só objetivo: amar e respeitar, na saúde e na doença, na tristeza e na alegria, ou seja, em todos os momentos da vida. Amar é sinônimo de reciprocidade, de cumplicidade!
Amar é reconhecer a própria identidade. Não se pode reconhecer aquilo que é falso, ilusório, ou mentiroso. A traição é em nossos dias, a negação da própria razão de ser do homem e da mulher.
Peço a vocês: Não neguem a si mesmos. Pelo matrimônio, vocês carregam nos ombros a graça de um Pai, sejam um para o outro, um céu de ternura, aconchego e calor, para que os filhos conheçam em vocês a força que brota do amor.
Somente o que é verdadeiro permite o entendimento, e torna possível a interatividade entre duas pessoas que se tornam pelo “mistério” do matrimônio, realidade encharcada da Divina Presença, um só corpo e uma só alma. Vocês têm uma história bonita e semelhante; o mais o bonito desta história é que ela foi assinalada pela fidelidade de um para com outro.
Que Deus, nosso Pai, lhes conserve no seu amor. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos.

Pe. Marcos Aurélio Ramalho
08-01-2010

Somos colaboradores de Deus – São Paulo nos convida a acolher este Dom.

Somos colaboradores de Deus – São Paulo nos convida a acolher este Dom.
Se aceitarmos que somos colaboradores de Deus, podemos dizer que somos pessoas convertidas. E por isso mesmo, a Salvação do Senhor se faz conhecida. Cantemos a Senhor Deus canto novo por que ele faz prodígios.
E quando isso poderá acontecer? Quando acolhermos a Palavra Divina. Ela é a força que transforma nossa vida. Acreditemos!
A Palavra Divina aos poucos tem chegado no coração de Monte Alegre e por isso mesmo, lhe transformado. Não sei se já me acostumei, o que acho difícil para um Arraiano, ou se é uma boa impressão da minha parte, mas, sinto que desde que cravamos na praça a Igreja o cruzeiro exorcizado, o clima de Monte Alegre ficou menos tenso.
Os Católicos parecem ter mais alegria, a Igreja parece está mais viva! Isto é o sinal de que o Evangelho que está sendo lançado, aos poucos tem sido fecundado.
Meus irmãos, a cruz ainda é o maior sinal da nossa Salvação. Parabéns aos foliões que reconheceram e louvaram com maestria a cruz do Senhor plantada na praça.
Mas nem por isso devemos fechar os olhos, e colocar todos como cordeiro. Em nosso meio existem muitos que se escondem por detrás das máscaras, pensando disfarçar as suas segundas intenções.
Vivemos num ambiente ofuscado por imagens e aparências, mas não há nada de escondido que não venha a ser revelado.
Meus irmãos/ as; não recebamos em vão a graça de Deus. Guardar os ensinamentos Divinos é a certeza de um céu aqui mesmo e depois.
Meus caros festeiros de 2011, como foram bons estes dias de convivência, minha casa se tornou a casa de vocês, a suas casas a minha. Deus seja louvado! Cada instante da nossa vida deve ser completo pela presença de Deus. Viver isto é sabedoria cristã.
A fé traduzida em obras concretas revoluciona, e mais que isso, nos Transforma e nos conduz à liberdade de cristãos. Cristo nos pede respostas novas e criativas. Obrigado por ter dado a Ele esta resposta.
A caridade é uma aventura que nos conduz a novas descobertas. Vale à pena descobrir novas formas de viver de a fé.
Podemos até ter aprendido – olho por olho, dente por dente, mas, é preciso e urgente, novas atitudes, respostas diferentes e atraentes. A mesmice mata!
Meus irmãos e irmãs; é chegado a quase um ano da minha breve estada entre vocês; desde que aqui cheguei, tenho buscado na pobreza da minha criatividade, dar o melhor de mim a vocês e digo lhes que o que vocês tem feito, não tem sido e não deve ser a mim, mas à Igreja de vocês.
Repito o que já vos preguei e acredito; na Igreja não pode existir mesquinhez. Esta é o maior pecado de muitos.
Não sejamos católicos piratas ou fantasmas, de temporadas, descomprometidos, tomemos atitudes de verdadeiros filhos de Deus.
Quero no final desta pregação agradecer a todos que colaboram em todos os modos com a Igreja, neste festejo, não vou citar nomes pra não correr o risco de ser injusto com alguém. Todos têm, diante de Deus, a mesma dignidade, quem pode doar um alfinete ou quem pode oferecer um boi búfalo. Foi por isso mesmo é que tirei da corneta o anuncio das prendas. O que a mão direita faz a esquerda não precisa saber. Deus nos conhece, ele não precisa das nossas aparências. Com mesma intensidade quero parabenizar aos casais que contraíram matrimônio, e as famílias que batizaram seus filhos na ocasião dos festejos de Santo Antônio. Deus seja louvado e viva Santo Antônio!

Pe. Marcos Aurélio Ramalho
13-06-2011

Desde suas origens o mundo reverenciou em sua história a força do amor.

Desde suas origens o mundo reverenciou em sua história a força do amor.
Vim de longe para participar da alegria de vocês, ou melhor, vim, não porque sou de longe, mas pelo fato de ser de perto. Nossas histórias se convergem de muitos modos. Creio poder dizer-lhes – crescemos juntos.
Desde suas origens o mundo reverenciou em sua história a força do amor. Os poetas e poetizas de variadas formas e tempos, voando nas asas do sentimento quiseram traduzir em suas palavras, a origem, a causa e a finalidade de tudo o que há de grande, nobre e belo; La fuerza del amore!
Os poetas falaram da Força do amor, mas, o mundo os traiu nas suas convicções, ao acreditar ser a beleza a mãe do amor. Transformou de tal modo, a Força do amor em Revolução do amor.
Não raro em nossos dias, os casais que traem á suas convicções, traem a si mesmos, negam a força do amor, que se edifica no matrimônio, e, consolida-se, sobretudo na fidelidade. Por um compromisso esportivo, que a semelhança de uma partida de futebol, termina em dois tempos de quarenta e cinco minutos, ou, quando muita tarda, em alguns minutos de acréscimos.
O amor é a força que cria, e, a beleza que dá expressão aos olhos, a graça do corpo e charme ao espírito.
O amor é envolvente, mas é também exigente. Em muitas circunstancias lhes será preciso desafiar aos próprios desafios, a vocês mesmos, à suas próprias convicções. Amar é sinônimo de renúncia, aprendizado, coragem, liberdade, respeito, responsabilidade e, sobre tudo, fidelidade.
Pela bela realidade do amor o homem e a mulher se sentem fortemente convidados a formar uma família. Neste sentido, o amor está para além do apenas sentimento, é encontro. É relação entre duas pessoas livres, entre dois seres, de qualidades diferentes, que vivem um para o outro, num só ideal, num só objetivo: amar e respeitar, na saúde e na doença, na tristeza e na alegria, ou seja, em todos os momentos da vida. Amar é sinônimo de reciprocidade, de cumplicidade!
Amar é reconhecer a própria identidade. Não se pode reconhecer aquilo que é falso, ilusório, ou mentiroso. A traição é em nossos dias, a negação da própria razão de ser do homem e da mulher.
Peço a vocês: Não neguem a si mesmos. Somente o que é verdadeiro permite o entendimento, e torna possível a interatividade entre duas pessoas que se tornam pelo “mistério” do matrimônio, realidade encharcada da Divina Presença, um só corpo e uma só alma. Ninguém se casa obrigado. Mas, quem é livre para escolher, deve também o ser para saborear as suas escolhas.
Que Deus, nosso Pai, lhes conserve no seu amor. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos.

Pe. Marcos Aurélio Ramalho
25-06-11




O homem, milagre eterno do Amor infinito, Deus.

O homem, milagre eterno do Amor infinito, Deus.
Desde suas origens, as mais remotas, a humanidade é movida por um fenômeno desconcertante, ou seja, por um movimento que a conduz para além de si mesma. Tal fenômeno, denominado conhecimento, insere o homem e a mulher de cada tempo numa condição transcendental que se realiza na história.
A busca do conhecimento é ainda uma verdade imutável de todos os tempos, que, revelou e continua a nos revelar os grandes gênios da história.
Nos braços deste fenômeno, o mundo se torna cada vez menor, e, ao mesmo tempo demasiado. Nos braços do conhecimento, o mundo é uma criança, conduzida por sua mãe, em seus primeiros passos na direção à liberdade. Conhecer é como caminhar, caminha para ser livre e livre é quem caminha!
O homem é o milagre eterno do Amor infinito, Deus. Por ele, Deus, livremente, criou o mundo, se fez imagem, elegeu uma raça, tornou-se homem e se humilhou a ponto de morrer numa cruz, e, julgando isto ser insuficiente, ressuscitou para eternizar tal milagre.
Do esvaziar-se do Logos Eterno, Deus, transbordou ao homem a beleza insondável que é o saber. Do esvaziamento do homem reflete no mundo o conhecimento, itinerário que o conduz à liberdade; e pressuposto que faz da raça humana a única a perguntar pelo mistério e o sentido da Existência e do Ser.
Ao som do conhecimento racional, o homem, imaginou o céu, pintou o inferno, matou deus, e prendeu demônios. Desbravou as águas, dominou os ares, globalizou a terra, penetrou o corpo humano, duvidou dos seus próprios limites e criou o mundo da técnica e da velocidade.
Não obstante, uma consideração, o mundo das ciências mecânicas e quânticas, grita por uma nova descoberta – a descoberta do homem como ser humano, como milagre eterno do Amor infinito que é Deus. Não podemos negar: o mundo da técnica e da velocidade é também um mundo chagado pelo egoísmo que descaracteriza a própria raça humana.
O ser humano é determinação existencial, é outro de um outro, é outro para o outro, que se realiza na história. Sua condição transcendental lho remete para além de si mesmo, e indica que tal ser humano, só pelo fato de existir, é expansão de um amor infinito, que se fez humano, de quem ele mesmo é Imagem e semelhança.
Meus caros amigos, o quero lhes dizer nesta noite única na vida de vocês: é que vocês podem ser muito mais do que foram até aqui. Vocês são chamados à experiência de Deus em suas vidas e em seus pensamentos. E mais do que pedagogos, vocês podem ser humanos – expansão de um amor infinito que nos faz divinos.

Pe. Marcos Aurélio Ramalho

Da grandeza dos olhares da mãe e do filho, nasce rosário de Maria.

Da grandeza dos olhares da mãe e do filho, nasce rosário de Maria.
Ao comtemplarmos a história desta bicentenária tradição, de Josefa Ribeiro da Costa à Cléia de Moura Pereira e de Joaquim Rodrigues Beltrão à Marcos Takahashi, recordamos que cada capítulo deste livro de ouro carrega em si um ato de amor e de bravura daqueles que o edificaram.
Esta Igreja de Santo Antônio é o maior e mais belo testemunho desta gente que aprendeu a celebrar sob o manto e o olhar de Maria Santíssima, as grandezas do amor de Deus por nós.
Maria é o grande sinal que nos convida, para, na simplicidade do seu rosário, redescobrir o rosto de Cristo, redescobrir, a nossa Fé, a nossa Tradição e a nossa Cultura.
Digo-lhes nossa, porque, embora que adotivo, já me vejo inserido entre os devotos da Virgem do Rosário. Pois, o amor de Nossa Senhora que transborda no coração dos filhos desta Terra, contagia aqueles que por ela passam, por mais ou menos tempo.
Meus Irmãos/as;
Uma vez mais, celebramos o Reinado da Senhora do Rosário, com Maria, aprendamos a amar Jesus, a Palavra eterna de Deus, o Amor sem limites que se doou na cruz e se fez Eucaristia.
Maria, a mulher simples de Nazaré, pelo fato de ter sido a primeira mulher a contemplar o rosto de Deus na história, no fruto do seu ventre, é hoje, a Estrela de Belém e Rainha de Monte Alegre, que nos leva de encontro à Absurda e Eterna bondade de Deus – Jesus Cristo – O Redentor do mundo.
No ventre de Maria, Deus nos revela que a notícia da salvação é antes de tudo, um acontecimento de amor.
Acredito-me, e tenho certeza que cada rei e cada rainha de Nsª Srª dizem o mesmo; esta tradição que tem desafiado os limites do tempo, à mudança de época e ao modernismo exacerbado, é, antes de tudo, um acontecimento de amor. Amor de quem acolhe em si mesmo outra pessoa, amor de quem oferece de si o melhor, e, portanto, amor doação!
Mergulhemos, pois, neste Amor que nos envolve desde as nossas origens e aprendamos a amar com a ternura e a largueza do coração de Maria que nos capacitam para construir o Reinado de Cristo.
Como é belo, ver o Deus Menino, o Filho, descobrir no olhar de Maria, o rosto da mãe. E Maria, a Mãe, descobrir no olhar do Filho, o face de Deus. Entre Maria e Jesus, existe uma comunhão física, afetiva, psicológica, espiritual; na mãe e no filho bate o coração da vida.
Como é belo ver cada filho de Monte Alegre, cada rei, cada rainha, descobrir no olhar de Maria, o rosto de Mãe e Maria, nesta tradição o olhar dos filhos.
Meus irmãos/as; da grandeza dos olhares da mãe e do filho, nasce rosário de Maria. O rosário é a recitação simples e profunda da mensagem evangélica. Com ele, o povo cristão aprende com Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade do seu amor.
Desde os primórdios, cada povo é envolvido por uma força que dinamiza o seu jeito de ser e estar no mundo. A História humana por ter sido a mais beneficiada, torna-se, portanto, a mais autêntica testemunha do inigualável patrimônio, que denominamos: Fé, Tradição e Cultura - Complexo de riquezas antropológicas que caracterizam o Ser pessoa de cada homem e o distingui de qualquer outro ser de todos os tempos.
Em contra partida, a mesma história, é também, testemunha do agressivo acontecimento que esvazia a fé do seu sentido próprio e a transforma em apenas cultura.
Tal fenômeno; é como o vômito da serpente que submerge, ridiculariza a fé, e menospreza a cultura, pois as tornam obsoletos, na medida em que as define como apenas conservação de coisas ou costumes antigos. A cultura e a Fé é a dinâmica criativa e, portanto, participativa, que desemboca no crescimento integral da pessoa humana. Jamais devem ser compreendidas como apenas conservação excludente de patrimônios antigos.
O homem é ser para o seu tempo e por isso deve transcender aos fatos que compuseram a sua história, o que não significa necessariamente ter que abandoná-los. O maior desafio do nosso século é justamente a re-significação dos valores sem perder de vista o que é essencial.
A fé que o mundo prega não nos serve de nada; Não transforma nada e não inclui a ninguém!
O mundo tem se tornado palco do conservadorismo exacerbado que não nos revela outra realidade senão, a exclusão da criatividade e, portanto, do nosso próprio modo de ser.
E quando isto se mistura com a fé, o dano é ainda maior, pois, a fé se torna exibicionismo, sentimento de poucos! Somente daqueles que podem se exibirem. Para uma fé exibicionista não existe lugar para Deus, o homem é o deus da fé que ele mesmo a exibi.
Dizer da Fé, da Tradição e da Cultura, é sem dúvidas, dizer ao homem de si mesmo; no tocante à sua história: seu modo de ser, estar e evoluir. O conservadorismo diz do ser e do estar, mas não diz do evoluir, por isso é manco. Quando definimos a cultura e tradição como apenas aglutinados de costumes ou coisas antigas, retiramos desta belíssima dimensão que constitui o homem, o que há de mais belo: a continuidade!
Em meio a tanto, Maria é o grande sinal que nos convida, para, na simplicidade do seu rosário redescobrir o rosto de Cristo, redescobrir, portanto, a nossa Fé, a nossa Tradição, a nossa Cultura.
Não posso terminar está pregação sem dizer-lhes da minha gratidão, pelo zelo e respeito, que me tem sido dispensado pelos filhos desta Terra, residentes ou não nesta cidade.
Oh, Maria, Mãe de Deus e da Igreja, Nossa Mãe, Virgem do Rosário, dai-nos um coração sábio e dócil, um coração novo e bom, um coração simples e puro, um coração forte e vigilante para comtemplar o rosto de Deus e celebrar de geração em geração, as maravilhas do seu amor e a santidade do seu nome. Amém.



Pe. Marcos Aurélio Ramalho
Monte Alegre 23-07-11

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ORAÇÕES E FESTEJOS DE NOSSA SENHORA D'ABADIA - RIACHO DOS CAVALOS - MONTE ALEGRE/GO

Nossa Senhora da Abadia

A devoção a Nossa Senhora da Abadia é originária de Portugal.
Nossa Senhora da Abadia é uma invocação católica da Virgem Maria. É conhecida também como Santa Maria do Bouro. Esta devoção surgiu a partir de uma imagem proveniente do Mosteiro das Montanhas, em Braga, Portugal, no ano de 883. Abadia é o nome que vem de Abade, o qual é o superior de uma comunidade de monges, eleito por eles com total autoridade e jurisdição ordinária sobre ela. Por isso, Abadia pode significar a comunidade religiosa ou residência dos monges. A imagem de Nossa Senhora da Abadia é muito bonita. Representa Maria de pé, segurando com a mão o menino Jesus com uma coroa. E com uma belíssima roupa das cores verde com flores,rosa,azul e branco e na mão direita um cetro para guiar os seus filhos e filhas e na cabeça uma linda coroa.
A imagem de Nossa Senhora da Abadia é bastante antiga, procedente do Mosteiro de Bouro, situado no concelho de Amares, em Portugal. Por isso é também chamada Santa Maria de Bouro. O Mosteiro de Bouro já existia naquela região por volta do ano 883. Naquele tempo, Portugal e Espanha tinham sido invadidos pelos mouros, que professavam a religião muçulmana. Com receio dos mouros, os monges abandonaram o Mosteiro e, para evitar a profanação da imagem da Virgem Santíssima, esconderam-na.
Após muitos séculos, no tempo do Conde D. Henrique, o fidalgo Pelágio Amado abandonou sua vida mundana e tornou-se emérita. Ele foi viver com um velho ermitão na ermida de São Miguel, perto de Braga.
Certa noite, num vale próximo da ermida, os ermitãos viram que brilhava uma luz bastante forte. Na noite seguinte, constataram que o fato se repetiu. Quando amanheceu, foram até o local, onde encontram uma imagem mariana entre as pedras. Cheios de júbilo, eles se prostraram diante da imagem e, agradecidos, passaram a venerar nela a Virgem Maria.
Muitos devotos, os eremitas mudaram-se para aquele local e construíram ali uma simples ermida, onde colocaram a imagem. Tendo sabido do fato, o arcebispo de Braga foi visitar a imagem naquela ermida. Sensibilizado com a pobreza dos ermitãos, o bispo ordenou que edificasse uma igreja para abrigar a imagem. A igreja foi construída de pedra lavrada.
Paulatinamente, outros religiosos foram morar com os dois ermitãos, constituindo uma abadia. Com o aumento de prodígios realizados sob a intercessão da Virgem Maria, a devoção se espalhou e ficou conhecida em todo o país. O rei D. Afonso Henriques fez sua peregrinação à igreja, onde deixou boa doação para o sustento do culto e dos monges.
Culto mariano do Brasil
O culto a Nossa Senhora da Abadia foi traduzido ao Brasil pelos portugueses, implantando-se, sobretudo, no Triângulo Mineiro, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados.
Atualmente, o grande centro de romarias no Triângulo Mineiro é o Santuário de Nossa Senhora da Abadia, em Água Suja e em Uberaba. A festa de 15 de agosto atrai um grande número de devotos que vem venerar a Virgem de Bouro. Durante a festa de Água Suja, a procissão é interessante, pois os peregrinos cumprem suas promessas de diversas maneiras. Um romeiro carrega, vergado, uma pesada pedra. Outro transporta um aleijado nos ombros. Sem camisa, vários levam velas ou vasilhas com água na cabeça. Outros ainda açoitam-se ou fingem açoitar-se e assim por diante. Com os seus gestos simples, os devotos agradecem os benefícios conseguidos pela intercessão da Mãe de Deus. Em Sacramento (Minas Gerais),a capela de Nossa Senhora da Abadia destaca-se por sua novena e festa em honra a Mãe de Jesus. No município de Uberaba, ocorre a sua maior festa.Nossa Senhora da Abadia é a padroeira da Arquidiocese de Uberaba e da Cidade oficializada pela lei 10.196 de 15/08/2008, em Minas Gerais, é titular da catedral dessa cidade. assim, a devoção é bastante forte e enraizada. Há o chamado de belo e piedoso Santuário de Nossa Senhora da Abadia, que foi inaugurado em 1881. Sua imagem foi trazida do Rio de Janeiro. A festa de 15 de agosto atrai os uberabenses e devotos da região, que participam aproximadamente umas 100 mil pessoas das cerimônias religiosas com muita piedade. Mesmo os uberabenses que moram fora da cidade, participam. Do Triângulo Mineiro a devoção propagou-se para Goiás e São Paulo. Em Muquém,em um distrito da cidade de Niquelândia(capital do níquel), chamado Múquem, Goiás, há a festa de 15 de agosto, onde milhares de devotos comparecem para expressar seu culto a Virgem Maria. É a conclusão de uma grande Romaria entre os dias 06 e 15 de Agosto, reunindo um enorme número de devotos e fiéis. Em São Paulo há uma maternidade sob a proteção da Virgem Maria. A sua festa é comemorada também a comemorado em 15 de Agosto. É ainda a padroeira da Arquidiocese de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul e da cidade de Sidrolândia, no mesmo estado.
Também em Monte Alegre de Goiás acontece os festejos de Nossa Senhora D'Abadia no Povoado Riachos dos Cavalos de 06 à 15 de agosto.
VEJA A PROGRAMAÇÃO


Sobre Maria nunca se falará o bastante"

Maria: primeiro sacrário de Jesus na terra

“ Ó Maria, Virgem Imaculada, cristal puro para o meu coração, Tu és minha força, ó âncora firme, Tu és o escudo e a proteção do coração fraco.
Ó Maria, Tu és pura e incomparável, Virgem e Mãe ao mesmo tempo, Tu és bela como o sol, sem mancha alguma.
Nada pode se comparar com a imagem da tua alma.
Tua beleza encantou o olhar do Três Vezes Santo, que desceu do Céu, abandonando o trono da sede eterna, e assumiu o corpo e o sangue do teu coração, por nove meses ocultando-se no coração da Virgem.
Ó Mãe Virgem, ninguém compreenderá que o Deus incomensurável se torne homem, e apenas por Seu amor e Sua misericórdia insondável, por ti, ó Mãe, nos foi dado viver com Ele pelos séculos.
Ó Maria, Mãe virgem e Porta do Céu, por Ti nos veio a salvação, e toda graça flui para nós por tuas mãos, e apenas a fiel imitação de ti me santificará.
Ó Maria Virgem, lírio mais belo, teu coração foi o primeiro sacrário de Jesus na terra, e só porque a tua humildade foi a mais profunda, foste levada acima dos coros dos Anjos e dos Santos.
Ó Maria, minha doce Mãe, entrego-te minha alma, meu corpo e meu pobre coração, seja a guardiã da minha vida, especialmente na hora da morte, na última luta”

CARREATA DE NOSSA SENHORA D'ABADIA 2011

Divina Misericórdia

Jesus Misericordioso disse a Faustina:

"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A.
Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda a alma.
Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros.
Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça.
Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento.
Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento.
Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistério"

(Diário, 1572).

História da Medalha Milagrosa

“No dia 27 de novembro de 1830, que era o sábado anterior ao primeiro domingo do Advento, às cinco e meia da tarde, em Paris França, estava eu fazendo a meditação em profundo silêncio quando me pareceu ouvir do lado direito da capela um rumor, como o roçar de uma roupa de seda. Ao dirigir o olhar para aquele lado, vi a Santíssima Virgem na altura do quadro de São José”.

A sua estatura era mediana, e tal era a sua beleza que me é impossível descrevê-la. Estava em pé, a sua roupa era de seda e de cor branca-aurora, feita, como se diz, “à la vierge”, isto é, bem fechada e com as mangas simples. Da cabeça descia um véu branco até os pés. O rosto estava suficientemente descoberto, os pés se apoiavam sobre um globo, ou melhor, sobre metade de um globo, ou pelo menos eu vi somente a metade. Suas mãos, erguidas à altura da cintura, seguravam de modo natural um outro globo menor, que representava o universo. Ela tinha os olhos voltados para o céu, e o seu rosto se tornou resplandecente enquanto apresentava o globo a Nosso Senhor. De repente, seus dedos se cobriram de anéis, ornados de pedras preciosas, uma mais bela do que a outra, algumas maiores, outras menores, e que emitiam raios luminosos.

Fazendo-me compreender o quanto é doce invocar a Santíssima Virgem e o quanto Ela é generosa com as pessoas que a invocam; e quantas graças Ela concede às pessoas que a procuram e que alegria Ela sente em concedê-las.

Naquele momento eu era e não era... Estava exultante. E então começou a se formar ao redor da Santíssima Virgem um quadro um tanto oval, sobre o qual, no alto, numa espécie de semicírculo, da mão direita para a esquerda de Maria se liam estas palavras, escritas com letras de ouro: “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

Então ouvi uma voz que me disse: “Mande cunhar uma medalha conforme este modelo; todas as pessoas que a carregarem, receberão grandes graças; leve-a principalmente no pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a carregarem com confiança”.

No mesmo instante pareceu-me que o quadro virou e eu vi o reverso da medalha. Havia o monogramo de Maria, isto é, a letra “M” com uma cruz em cima e, como base dessa cruz, uma linha grossa, ou seja, a letra “I”, monograma de Jesus. Sob os dois monogramas haviam os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, o primeiro rodeado por uma coroa de espinhos e o segundo traspassado por uma espada”.

Interrogada mais tarde se além do globo, ou melhor, além da metade do globo, ela tinha visto outra coisa sob os pés da Virgem, Catarina Labouré respondeu que havia visto uma serpente de cor esverdeada com manchas amarelas. Quanto às doze estrelas que circundam o reverso da medalha, “é moralmente certo que essa particularidade foi indicada à viva voz pela Santa, desde a época da aparição”.

Nos manuscritos da vidente encontra-se também esta particularidade, que é muito importante. Entre as pedras preciosas havia algumas que não emitiam raios. Enquanto se espantava, ouviu a voz de Maria que dizia: “As pedras preciosas das quais não saem raios são símbolo das graças que não me foram pedidas por esquecimento”.

Em 1832, dois anos após as aparições, o pedido de Maria foi atendido e a Medalha foi cunhada. Uma das primeiras pessoas a recebê-la foi a Irmã Catarina, a qual, logo que a teve entre as mãos, a beijou várias vezes com afeto e disse: “Agora é preciso difundi-la”.

A Medalha, num certo sentido, se propagou por si. As graças e os milagres, obtidos seja em benefício das almas, seja em benefício dos corpos, foram tantos e tão evidentes que, em pouco tempo, a Medalha foi chamada de “milagrosa”.

Jaculatória da Medalha milagrosa
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós e por todos quantos não recorrem a Vós, especialmente pelos inimigos da Santa Igreja e por todos quantos são a vós recomendados.

http://www.salverainha.com.br/

Consagração a Nossa Senhora

Ó minha Senhora, ó minha Mãe, eu me ofereço todo a Vós, e em prova de minha devoção para convosco, eu vos consagro neste dia meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e inteiramente todo o meu ser.
E como assim sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e, defendei-me como coisa e propriedade vossa.
Amém.

Magnificat

O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome
A minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.
Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem.
Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos, derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes.
Sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada.
Acolhe Israel seu servidor fiel a seu amor, como havia prometido aos nossos pais em favor de Abraão e de seus filhos para sempre.
Glória ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo como era no princípio, agora e sempre. Amém.